Por Luari Laevs
Na contramão dos modismos e do vazio das redes, o cantor e compositor Rottweiler representa a força de quem carrega a rua, a fé e a verdade dentro da própria arte.
Carioca de alma, com passagem marcante por São Paulo e hoje radicado em Piratininga, Niterói, ele vem se consolidando como uma das vozes mais autênticas do rap e do drill nacional, um artista que une maturidade, espiritualidade e contundência em cada verso.
O nome “Rottweiler” não é por acaso. “Vem da seriedade, lealdade, segurança, proteção, raça e força”, explica o rapper. E é exatamente isso que se ouve em seu som: a agressividade equilibrada por propósito, a energia lapidada por vivência.
Das danças urbanas ao microfone
Rottweiler cresceu no bairro de Olaria, zona norte do Rio de Janeiro, e foi lá que a arte começou a pulsar. “Cresci dançando danças urbanas, frequentava o baile do Viaduto de Madureira e fiz parte de companhia profissional de hip-hop. Comecei escrevendo no festival da canção da escola, ganhei em primeiro lugar cantando funk melody com um amigo e não parei mais”, relembra.
Desde cedo, ele entendeu que a música seria sua forma de expressão. “Faço rap porque gosto de contar minhas histórias. A energia do palco e a conexão com cada beat resumem tudo o que quero pra mim nessa terra.”
Essa conexão, porém, não veio sem desafios. “A maior dificuldade foi não aceitar ser igual a ninguém. Isso me deixou fora de moda, mas me manteve original. E valeu a pena.”
Entre o rap, o drill e o rock
Após anos transitando por sonoridades mais pop, Rottweiler encontrou no drill o território ideal para sua identidade. “Foi onde achei toda a energia que procurava. Gosto quando o público se envolve de verdade, o drill me dá isso”, explica.
Suas influências vão de O Rappa, pela força lírica e urbana, ao lendário DMX, referência na entrega crua e emocional. “A energia me define”, resume.
Em suas músicas, o artista mistura rap, drill e rock, criando uma estética sonora única e visceral. Suas letras são firmes, espirituais e cheias de verdade. “Só canto o que escrevo e o que acredito. Tenho uma vida paralela empresarial, sou bem família e não gangster. Essa mistura me dá originalidade e responsabilidade”, afirma.
Seu processo criativo também carrega propósito: “Sempre penso em alguém se conectando com aquilo em algum momento. Gosto de fazer a trilha sonora pra alguém.”
Mensagem e propósito
Rottweiler é um artista de mensagem e ele sabe o peso que isso tem. “Quero transmitir liberdade, rua, conteúdo, maturidade pessoal e artística. Ser uma boa influência.”
Temas como superação e espiritualidade movem sua escrita, guiada por um olhar maduro sobre a vida e o sistema. “Perdi muito amigo de onde vim. Tive sorte de ter uma família me monitorando e me assistindo. Hoje me sinto um cara de sorte, mesmo sendo batalhador e do bem.”
O rapper também faz uma reflexão crítica sobre o cenário atual:
“O rap se perdeu um pouco com o excesso de apologia e orgia. O movimento não tem esse objetivo, mas acredito que a cena já se ligou. O rap é uma das ferramentas mais importantes da rua, ele tá sempre no fone da garotada, ensinando algo.”
Conquistas e próximos passos
Entre os momentos marcantes da carreira, Rottweiler destaca vitórias simbólicas e conquistas de peso: vencer o DMX Brasil, ser elogiado por Marcos Mazolla, ouvir sua música tocando na rádio, ter clipe exibido no Multishow e gravar com Cidinho General.
“Música Ela Não Te Quer, produzida por Rick Joe e dirigida por Ricardo Fujii com participação de Luiz Medeiros, foi o início de tudo. Mas Pula no Show marca a linha de chegada dessa caminhada, cada música teve sua missão”, conta.
Agora, o foco é expandir sua estrutura e consolidar a marca Rottweiler. “Vou pegar firme no drill e abrir minha própria produtora. Não posso abrir muito, mas tem um movimento grande vindo aí. Só pedrada.”
Família, fé e futuro
Fora do palco, Rottweiler se define como “família ao extremo, espiritualizado, amigo e brincalhão demais”. E essa base é o que o mantém firme quando o sistema tenta derrubar:
> “Saber que o sistema não vai me derrubar.”
Com metas claras e visão de longo prazo, ele mira alto: “Tenho uma meta antiga de fazer um barulho brabo demais. Muita luta, então acho que a música me deve isso.”
O rapper também carrega um lema para quem está começando:
> “Seja bom, seja foda, seja incontestável. Esse é o mínimo, porque o restante é guerra. Sendo brabo, já chega matando uma boa parte.”
Para o futuro, além de consolidar sua legião de fãs fiéis, Rottweiler planeja lançar o filho Pretto, que também segue no caminho da música.
O gangster que cuida do bairro
Em uma frase, ele se define como:
“Rapper maduro, musical e muito espiritualizado. O gangster que cuida do seu bairro, não que oprime.”
E encerra com a mensagem que resume sua essência, simples, direta e poderosa:
“Deus no coração, nas atitudes, na sua casa e nos seus sonhos. E guarda bem meu nome: Rottweiler.”
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