Jota Lima: do sertanejo gospel à superação pela fé, uma trajetória de adoração que cruza fronteiras

Por Luari Laevs

O cantor gospel Jota Lima, natural de Novo Horizonte (MG), construiu sua carreira marcada por fé, superação e dedicação ao louvor. Com três álbuns lançados e um quarto em preparação, o artista se consolida no cenário da música cristã, levando mensagens de esperança e persistência para públicos no Brasil e no exterior.

Infância difícil e a verdadeira conversão

A história de Jota Lima não foi fácil. Ele relembra uma infância sofrida até os 14 anos e uma primeira experiência na igreja ainda sem firmeza. Após um período cantando música secular, sua conversão genuína aconteceu em 2005, quando decidiu “voltar para a casa do Pai”. Desde então, dedicou-se intensamente ao louvor, servindo por dez anos consecutivos como responsável pela adoração em sua igreja, período que considera fundamental para seu preparo espiritual e musical.

O chamado para adorar

O ministério de Jota começou de forma inesperada. Após um episódio de frustração em apresentações seculares, recebeu um convite para cantar em um culto evangélico e entendeu que Deus o chamava para algo maior. “Descobri que meu chamado era adorar. Eu sou um adorador do Senhor”, afirma. Entre os incentivadores que marcaram sua trajetória estão o bispo Giovane e o cantor Fabiano Barcellos, que o ajudou a entrar em contato com gravadoras e produtores.

Discografia e inspirações

Ao longo da carreira, Jota Lima lançou três álbuns:

“Vou Até o Fim”

“Deus Tremendo”

“Eu Não Desisto”

Suas músicas misturam sertanejo gospel e pop, sempre com letras inspiradas em passagens bíblicas, sonhos e experiências pessoais. Entre as canções de destaque estão O Paralítico, Sua Recompensa, Rei Meu, Quando Jesus Subiu ao Templo, Longa Jornada e Rua de Ouro.

“Cada música tem uma história. Algumas vieram da Bíblia, outras de sonhos ou viagens. É Deus quem me inspira”, explica.

Produção e arranjos

Jota faz questão de acompanhar cada detalhe da produção de suas músicas. O primeiro álbum,“Vou Até o Fim”, foi produzido em Orlando (EUA) pelo amigo Douglas Apolinário. Já os trabalhos seguintes tiveram produção em São Paulo, com a participação dos maestros Luciano e Jefferson, além do guitarrista Wagner, que Jota descreve como “um monstro na guitarra”.

“Quis fazer algo agradável aos ouvintes, suave e com melodias gostosas de ouvir”, conta.

Desafios e superação

Como todo artista em início de carreira, Jota enfrentou momentos de desânimo. Ele lembra de um episódio em que viajou horas para cantar em uma igreja, mas não foi chamado a se apresentar.

“Voltei para casa decidido a desistir. Mas no outro dia Deus usou um vaso para falar comigo e me levantar. Foi aí que entendi: eu não posso desistir”, relata.

Essa experiência deu força para compor seu terceiro álbum, “Eu Não Desisto”, que carrega a frase que guia sua vida: “Nunca desista do seu sonho. Deus tem um projeto, agarre e não solte”.

Referências e legado

Entre suas referências, Jota cita a perseverança de Samuel e Daniel, além do apoio moral constante de Fabiano Barcellos. Suas influências também passam pelo estilo sertanejo e pop gospel, gêneros nos quais encontrou sua identidade musical.

Presença internacional e o cenário gospel

Atualmente morando em Orlando, Flórida (EUA), Jota Lima atua em igrejas e eventos cristãos da comunidade brasileira e latina nos Estados Unidos, levando sua música para além das fronteiras nacionais.

O cenário da música cristã tem se expandido globalmente: enquanto no Brasil o gospel é um dos gêneros mais ouvidos, nos Estados Unidos o mercado movimenta milhões de ouvintes e grandes festivais. Essa ponte cultural tem permitido que artistas como Jota Lima dialoguem com públicos diversos, mantendo suas raízes sertanejas e, ao mesmo tempo, conquistando espaço no exterior.

Planos para o futuro

Para 2026, o cantor prepara o lançamento de seu quarto álbum, com cerca de 10 faixas inéditas e regravações de outros compositores.